quarta-feira, 30 de março de 2011

Celso Lacerda no INCRA

Eu tenho um enorme apreço pelo INCRA. Esse órgão escreveu com muito esforço e suor uma boa parte da história do Brasil. Principalmente no norte do país, onde os desafios pareciam intransponíveis. Projetos de colonização e Assentamentos, eram a pauta principal. 

Hoje os desafios são outros, embora problemas antigos ainda persistam. A necessidade maior hoje é melhorar as condições dos assentamentos já existentes. Esse é o Desafio que o novo Presidente do INCRA Celso Lacerda vai enfrentar. Rolf Rackbart merece todos os comprimetos pelo trabalho que fez a frente do INCRA, fez muito e com qualidade.

Acredito que um outro desafio pro novo presidente é trabalhar com um quadro profissional deficitário, o Brasil é muito grande e a demanda por profissionais extensionistas nos assentamentos também é grande. 

Apagão portuário é ameaça ao agronegócio brasileiro

O Brasil já enfrentou o apagão energético, apagão aéreo, está enfrentando o apagão da saúde. Agora está prestes a ter um novo desafio pela frente. O economista e consultor em logística Luis Antônio Fayet escreve na Folha de São paulo sobre essa ameaça de apagão que nos assombra.

Há 50 anos, o país dependia da importação de alimentos, mas hoje ocupa o segundo lugar como maior supridor do mercado externo. Em números aproximados, o Brasil supre 33% desse mercado em soja, 40% em açúcar, 85% em sucos cítricos, 90% em etanol, 45% em carne de frango e tem o maior rebanho bovino do mundo. O outro lado desse panorama: baixa apropriação de renda pelos produtores e pontos de pobreza no campo, apesar dos avanços. O problema está da porteira para fora: instabilidade jurídico-institucional, massacrante carga tributária e colapso logístico.

Regiões produtoras do centro-oeste padecem de infraestrutura de transportes, especialmente de portos. Isso obriga o envio de cargas para os congestionados portos de Santos, Paranaguá e São Francisco do Sul, rodando perto de 2.000 km. Produtores do norte de Mato Grosso têm despendido mais de 50% do valor da soja em logística até um porto. Por isso, o país deixa de produzir cerca de 3 milhões de toneladas de soja e milho na última safra. Inaceitável.

Para o Sul-Sudeste, o segmento de contêineres é ainda mais preocupante. Aumentar a exportação de carne de frango não mais depende da produção, mas, sim, de como tirar o produto do país. 
É necessário alterar a atual política portuária -baseada no decreto 6.620/2008, que inibe os investimentos privados em terminais, quando o governo não terá capacidade financeira por vários anos.

A solução é urgente, mas, se adotada já, em quatro anos o quadro começará a ser revertido. Apagão nos aeroportos fotografa bem: pessoas dormindo no chão, passageiros vociferando contra funcionários inocentes. 
O apagão elétrico é mais impactante: a fábrica para, a geladeira não funciona, o banho é frio, perde-se a novela. Já o apagão portuário é diferente, invisível, mas infinitamente mais perverso: apaga os empregos, destrói a renda, apodrece as contas externas.

A situação do colapso portuário não tem solução "de prateleira" e nos obriga a pelo menos duas reflexões: a) interessa, é justo para a sociedade brasileira prejuízos tão brutais?; b) até quando a soberania nacional prevalecerá diante das necessidades de um mundo faminto?

O Brasil precisa ter juízo para não se atrapalhar. As coisas devem ser postas no rumo certo, pois já se acredita ter havido a substituição do "carismatismo" pelo cartesianismo na gestão pública. Mas a jornada é longa, e as sequelas para a economia, muito grandes e irreparáveis.

terça-feira, 15 de março de 2011

Exportação

A cada ano, a participação brasileira no comércio internacional vem crescendo, com destaque para a produção de carne bovina, suína e de frango. Segundo o Ministério da Agricultura, até 2020, a expectativa é que a produção nacional de carnes suprirá 44,5% do mercado mundial. Já a carne de frango terá 48,1% das exportações mundiais e a participação da carne suína será de 14,2%.
Essas estimativas indicam que o Brasil pode manter posição de primeiro exportador mundial de carnes bovina e de frango.

Cabe ao Ministério da Agricultura, por intermédio da Secretaria de Defesa Agropecuária, regulamentar e controlar mercadorias de origem animal a serem exportadas, atestando sua qualidade e segurança. Além disso, o ministério, com as secretarias de agricultura Estaduais, promove ampla fiscalização, visando à conformidade entre a legislação de inspeção industrial e sanitária brasileira e as normas de sanidade exigidas pelo país importador.

(FONTE: MAPA)

Valor da Produção agrícola é o maior em 14 anos

Com base na estimativa de 2010/2011 o Valor Bruto da Produção (VPB) já supera em 5,8% o valor de 2010. O VBP das 20 principais lavouras do Brasil deve alcançar R$ 189,6 bilhões em 2011.   O estudo elaborado pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura mostra também que esse é o maior valor da produção dos últimos 14 anos e deve ultrapassar o recorde registrado em 2008, quando o número fechou em R$ 181,8 bilhões.

Algodão, uva e café em grão são os produtos com melhor desempenho esse ano. O algodão em pluma poderá obter acréscimo de 50,1% no VBP chegando a R$ 4,7 bilhões. De acordo com o estudo, o valor da produção da uva aumentará 44,6% alcançado R$ 4,4 bilhões e o café em grão deve atingir R$ 20,1 bilhões, aumento de 27,2% em comparação com o ano passado. Feijão (18,9%), milho (17,4%), soja (10,5%), arroz (4,9%), laranja (6%) e mandioca (8,1%) também terão VBP com resultados positivos este ano. Das 20 lavouras analisadas, 11 apresentam previsão de aumento do valor da produção em 2011.

A região Centro-Oeste permanece como destaque, segundo os dados apurados pelo Ministério da Agricultura. O VBP da região deverá crescer 38,8% chegando a R$ 52 bilhões, o segundo maior valor do país, atrás apenas do Sudeste. Com aumento de 56,5%, Mato Grosso é o estado com melhor desempenho tendo alcançado rendimento bruto de R$ 33,2 bilhões. Mato Grosso (19,9%) e Goiás (14%) também impulsionam os resultados positivos do Centro-Oeste, puxados especialmente pelo crescimento do VBP do algodão, milho e soja.

Elaborado pela Assessoria de Gestão Estratégica desde 1997, o Valor Bruto da Produção é calculado com base na produção e nos preços praticados no mercado das 20 maiores lavouras do Brasil. Para realizar o estudo, são utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).


 (FONTE: MAPA)               


domingo, 13 de março de 2011

O Homem imita a natureza - Melhoramento Genético

Há 3,8 bilhões de anos surgia o primeiro ancestral comum de todos os seres vivos. logo no início a natureza já se encarregou de selecionar somente os indivíduos mais adaptados ao ambiente para perpetuar as espécies. Hoje isso ainda ocorre, a extinção ou a formação de uma nova espécie é fortemente determinado por fatores ambientais (clima, vegetação, predadores). Esses fatores também são decisivos para manter ou eliminar determinada característica de uma espécie. 

Quando uma população de organismos possui uma característica (fenótipo) hereditária favorável e esta se torna comum nas gerações que sucedem e as características desfavoráveis tendem a uma menor incidência na população, temos o exemplo básico de seleção natural proposto por Charles Darwin no seu livro A Origem das espécies (1859).
 
Esse tipo de seleção feita de maneira espontânea pela natureza, nada mais é do que um melhoramento genético, onde os melhores indivíduos, ou seja, os indivíduos mais adaptados são "escolhidos" e os menos adaptados são eliminados.

Melhoramento Genético Animal é o nome de uma das ferramentas utilizadas para se alcançar melhores índices de produtividade. Podemos dizer que o homem consegue "forçar" um melhoramento genético selecionando indivíduos com a característica desejada dentro de uma população. Isso é evidente quando escolhemos a vaca que produz mais leite, um suíno mais magro, um frango que consegue se desenvolver num período mais curto de tempo ou um cavalo mais veloz.

Promover o melhoramento Genético Animal é complexo, exige tempo e dedicação. Nessa área atuam hoje Zootecnistas, Agrônomos e Médicos veterinários. Uma grande incentivadora desse estudo é a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), além é claro das Universidades. Todos os profissionais envolvidos buscam melhorar alguma ou várias características para maximizar o desempenho dos animais. Alguns desses profissionais utilizam o melhoramento para conseguir animais mais resistentes a doenças e verminoses afim de se evitar ou reduzir o emprego de substâncias artificiais (antibióticos e vermífugos) nas criações.



 

sexta-feira, 11 de março de 2011

Recomendações para intensificação da produção pecuária sem avançar sobre as florestas

Com os custos de produção cada vez mais altos, os pecuaristas tendem a procurar alternativas para aumentar sua receita. A alternativa mais óbvia e fácil, é a expansão de áreas destinadas a pecuária. Porém, com uma pressão cada vez maior por parte dos ambientalistas isso está se tornando inviável.

Recuperar ou melhorar as pastagens já existentes são as soluções que se apresentam.

Bons resultados são alcançados com a utilização de pastejo intensivo rotacionado. Onde fazemos o controle da entrada e da saída do lote medindo a altura do pasto. Para viabilizar a divisão dos pastos são utilizadas cercas eletrificadas alimentadas por energia solar. Essas cercas podem ser encontradas a preços bem acessíveis em boas casas agropecuárias.

Para garantir um bom ganho de peso dos animais, as pastagens precisam apresentar bons níveis nutricionais. Para tanto recorremos a análise do solo e corretas correção de pH e adubação. É importante lembrar que pastagens consorciadas de gramíneas com leguminosas dispensam a adubação nitrogenada.

Práticas como a irrigação das pastagens e suplementação dos animais não estão descartadas e devemos analisar a viabilidade em cada região.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Recuperação de áreas degradadas

Quando se fala em Agropecuária Sustentável muitas tecnologias são citadas. Biocombustíveis, integração de culturas, conservação da água, plantio direto, manejo florestal, zoneamento e outros, mas destaco a recuperação de áreas degradadas.

O Brasil possui 30 milhões de hectares de pastagens em algum estágio de degradação (MAPA, 2011). Recuperar pastagens é uma maneira de aumentar a produtividade e impedir que produtores busquem expandir suas áreas sobre as florestas. Uma pastagem bem formada além de aumentar a produtividade, evita a erosão do solo, conserva a camada orgânica (principal reguladora da CTC* do solo).

Além disso, quando recuperamos áreas degradadas, indiretamente obrigamos que outras tecnologias sustentáveis sejam necessariamente utilizadas.

Essa é uma prática simples e que deve ser incentivada. Recuperar áreas degradas implica também em retirar da atividade agropecuária os aventureiros. O Brasil não tem mais espaço para propriedades sem tecnologia e sem produtividade.

O Governo Federal pretende recuperar até 2020 até 15 milhões de hectares de pastagens degradadas como meta para o programa de redução dos gases de efeito estufa.

 (CTC) Capacidade de troca de cátions: capacidade que tem um solo de reter ou liberar nutrientes para serem absorvidos e aproveitados pelas plantas.  Quantidade de cátions - alumínio, hidrogênio, cálcio, magnésio e potássio - que o solo é capaz de reter.

Palavras do Ministro

Extraído do site do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e assinado pelo Ministro Wagner Rossi:

           "O agronegócio brasileiro é estratégico para a consolidação econômica do país: representa hoje 26,4% do PIB nacional, garante 36% das nossas exportações e responde por 39% dos empregos gerados no mercado interno. É um setor indispensável, sinônimo de liderança na produção de alimentos para o mundo"

Novo Código Florestal (PL 1.876/99)

O Projeto de Lei de autoria do Deputado Aldo Rebelo não vem causando somente discussões calorosas entre ruralistas e ambientalistas, está despertando também muitas dúvidas. Para ajudar a entender um pouco melhor o novo código o Canal do Produtor disponibilizou um comparativo entre a Lei 4.771/65 e a PL 1.876/99 aqui.

terça-feira, 8 de março de 2011

Apicultura, alternativa de emprego e renda para o sul da Bahia

Uma das grandes opções da agricultura familiar em todo o Brasil e principalmente no sul da Bahia, é a apicultura. Essa alternativa aproveita recursos naturais sem impacto no meio ambiente.

O sul da Bahia apresenta florada o ano todo, clima quente e temperado, baixa amplitude, sol o ano todo e sem ventos cortantes. Isso torna essa região especialmente apta para atividade apícola, seja para a produção de mel, própolis, pólen ou até mesmo a extração do veneno.

Com os obstáculos naturais superados o sucesso da atividade é garantido e depende da iniciativa dos produtores rurais e incentivos por parte governamental (assistência técnica, linhas de financiamento e facilitação da comercialização).

Atualmente a atividade é incentivada e norteada pela CEPLAC (Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira) que realiza pesquisas e orienta os apicultores.

Engordando o Boi pra tratar a Onça

Estamos presenciando uma onda de investimentos na piscicultura, parte disso é reflexo da criação de um Ministério exclusivo para o setor, mas também notamos que a piscicultura naturalmente ocupa regiões que necessitam desenvolver sua economia mais rapidamente. 

A piscicultura se comparada com a bovinocultura apresenta um giro de lucro mais rápido, necessita de uma menor área e também tem um menor impacto ambiental. 

Se a região, o clima, a água e solo são favoráveis, nos resta fazer a correta escolha da espécie a ser explorada. Essa etapa é fundamental para o sucesso do empreendimento. Algumas espécies possuem um crescimento rápido, são muito resistentes e fáceis de se empregar as tecnologias de reprodução (tilápia, pacu, carpas, bagres), portanto, uma boa escolha. Diferente disso tempos peixes de difícil alevinagem, apresentam alto índice de canibalismo, crescimento mais lento e um custo mais alto de produção devido as particularidades nutricionais, como é o caso do pirarucu.

Não podemos nos dar o luxo de fazer altos investimentos pela beleza de um peixe, ou porque simplesmente consideramos sua carne mais saborosa. A tem essencialmente que levar em conta a lucratividade e , portanto, a valorização da carne no mercado. 

Escolher a espécie errada, aumentamos o custo e o tempo de criação, aí não fará mais sentido a troca da Bovinocultura pela Piscicultura.

Mudanças no Câmbio

É esperado para depois do carnaval novas medidas para conter a valorização do real. Ainda não está claro quais medidas são essas. O que importa é que o governo vai começar a tomar algum tipo de atitude para mudar um câmbio que prejudica as exportações do Brasil.

Em outubro de 2010 o governo triplicou o IOF (Imposto sobre operações financeiras) sobre as operações estrangeiras.

O banco Central também passou a ofertar swaps cambiais reversos e também a fazer compras a termo de dólares. Tudo isso para frear a valorização do Real.

O Brasil tem sido um dos destinos preferidos do capital estrangeiro por conta do potencial econômico e das expectativas com os grandes eventos que serão realizados nos próximos anos, como a copa do mundo e os jogos olímpicos.

domingo, 6 de março de 2011

Drummond

‎"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade".

Carlos Drummond de Andrade