quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A SELIC e a pecuária


Hoje o COPOM divulga a nova taxa SELIC, a SELIC Meta pra ser mais exato. Essa é a taxa básica da nossa economia. Ela serve de parâmetro para as metas de inflação.

Qualquer alteração nessa taxa impacta diretamente na economia do país. Mas de que maneira isso pode afetar a pecuária?

Uma das finalidades de se baixar as taxas de juros é aquecer a atividade econômica por meio de injeção de dinheiro no mercado. Quando baixamos as taxas, alguns ativos (investimentos) deixam de ser atrativos. Sem uma boa remuneração os investidores retiram esse dinheiro que estava parado e injetam na economia, o dinheiro circula. Se o dinheiro circula, o consumo tende a aumentar.  É incontestável que o consumidor com dinheiro no bolso dá preferência pela carne bovina.

Câmbio: A redução da SELIC pode acarretar desvalorização do real, favorecendo as exportações e fortalecendo o mercado de carne. Isso é bom para o setor pecuário, porém, o mercado interno tem que conviver com os preços da carne mais elevados.

Crédito: Ainda somos o país recordista em taxas de juros ao consumidor, porém, a redução na SELIC sinaliza que possa haver redução nos juros praticados pelos bancos nas operações de crédito. Com crédito podemos aumentar a atividade pecuária e também podemos aumentar o consumo. É fato que isso impacta positivamente no mercado da carne bovina.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Wagner Rossi anuncia linhas de créditos para pecuaristas

O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi anunciou novas medias para apoiar a safra 2011/2012. O ministro informou que o Plano Safras será anunciado em meados de junho. Mas para os pecuarias alguns pontos foram adiantados. 

Os pecuaristas disporão de três linhas de crédito, que ainda não foram detalhadas nem especificados valores. O ministro, contudo, antecipou que os recursos financeiros serão destinados à recuperação de pastagens e melhoria de pastos. Haverá também linha de crédito para retenção de matrizes, objetivando o melhoramento da oferta de carnes e financiamento para o comprador de matrizes, para que ela possa dispor de capital de giro.

Os financiamentos deverão ser disponibilizados pelo Banco do Brasil em suas linhas de custeio e investimentos, onde estarão incluídos também máquinas e implementos agrícolas, melhoria das instalações, entre outros itens.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Porque muçulmanos não comem carne de porco?

Acompanhando todo esse debate em torno do Novo Código Florestal e a tentativa da sociedade científica de chamar a atenção pra si eu me recordei de um fato que me aconteceu no último ano da graduação durante a apresentação de um seminário. O Tema era "Porque muçulmanos não comem carne de Porco" e deveria justificar ao longo da apresentação porque tal fato ocorria.
Fiz uma pesquisa baseada na história da religião islâmica, citei trechos do alcorão, fotos, gravuras, depoimentos e justificativas antigas e atuais. Resumindo a história que baseei em documentos, os muçulmanos não comiam a carne suína por considerarem impura, pois o animal se alimentava de restos e havia um misticismo em torno das doenças que a carne poderia causar.
Findada a minha apresentação, sem maiores impresvistos, me foi indagado pelo Professor Doutor (muito competente por sinal) o porque dos seguidores de Alá não comerem carne, humildemente dei o fato como explicado e não respondi. Minha apresentação foi sumariamente desconsiderada, pois a explicação era mais óbvia e seguia uma outra ótica, baseando-se unicamente no fato da origem daquela civilização ser nômade. 
Cada vez que uma tribo nômade se mudava levava consigo os pertences, e isso incluia a comida e as criações (que também eram comida). Suínos por questões fisiológicas não podem percorrer longas distâncias, logo, esses foram excluídos do cardápio nômade. Muitos e muitos anos se passaram e o povo deixou de ser nômade mas  a carne suína continuou fora do cardápio. Quem sabia explicar porque?? Ninguém.. Qual foi a justificativa?? Porque Deus não quis.  

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Demanda de grãos segue maior que oferta, diz IGC

A produção mundial de grãos deverá aumentar 78 milhões de toneladas nesta temporada na comparação com 2010/11, mas como os estoques estão magros e o consumo também deverá crescer, a tendência é que a relação entre oferta e demanda continue justa no novo ciclo. Essa é a principal conclusão do primeiro relatório do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) sobre esses fundamentos na safra 2011/12, cuja semeadura ganhará força no Hemisfério Norte em maio.

Conforme a entidade, a produção global de grãos se recuperará dos problemas provocados pelo clima no ciclo passado e chegará a 1,808 bilhão de toneladas em 2011/12, 4,5% mais que em 2010/11. Já o consumo deverá atingir 1,818 bilhão de toneladas, incremento de 1,5%. Apesar da desaceleração do ritmo de aumento do consumo (em 2010/11 a demanda foi 1,7% superior a de 2009/10), o fato de a projeção de demanda permanecer acima da estimativa de oferta deverá levar, conforme o IGC, à nova queda dos estoques de passagem - de 6,7%, para 111 milhões de toneladas.

O levantamento inclui trigo e grãos forrageiros como milho e sorgo, mas não inclui a soja, por exemplo. Segundo o IGC, a produção global de milho chegará a 847 milhões de toneladas em 2011/12, 4,7% mais que em 2010/11, ante um consumo 1,3% maior (854 milhões). A produção de trigo será de 672 milhões de toneladas, alta de 3,4%, e o consumo subirá 1,5% e empatará.

(Valor Econômico) (Redação)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

CNA: Safra e preços em alta elevam em 0,41% PIB do Agronegócio

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro voltou a apresentar resultados positivos em janeiro de 2011, crescendo 0,41% no mês, com oscilação superior à registrada em igual período de 2010, quando a variação positiva do PIB foi de 0,21%. Os dados constam em análise divulgada, nesta quarta-feira (20/4), pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Suinocultores começam a respirar

Depois do anúncio da China da abertura do mercado pra carne suína Brasileira, o setor começou a reagir e os preços pagos ao produtor podem melhorar. A expectativa de exportar para o país asiático também influencia de maneira positiva no crescimento do setor. Esse é mais um marco da globalização da carne brasileira.

Se o cenário no exterior promete ser melhor, o mercado interno também esboçou ligeira melhora com a alta da carne bovina que acabou tracionando o preço da carne suína. Mas isso foi pouco para superar o preço das altas dos insumos, principalmente do milho e soja. Esses grãos entram em aproximadamente 70% da ração dos animais, e a tendência é que os preços se elevem ainda mais. Resumindo, o produtor continua trabalhando no prejuízo.

As novidades anunciadas foram boas mas não são suficientes para tornar a produção lucrativa. O resultado dessas mudanças nós iremos sentir daqui 6 meses, quando de fato o mercado estiver exportando.

Cheia do Rio Acre

Essa é a simpática capital do estado do Acre num momento difícil. A cheia desse ano foi maior do que o normal e muitas pessoas tiveram que deixar suas casas. A cheia também causa estragos na área rural, acabando com plantações e matando animais afogados.

Todos os anos esse ciclo de cheias se repete, mas nem sempre causa tanto estrago. O período das chuvas é seguido por um período mais seco e com chuvas bem menos regulares. Na Amazônia é comum chamarmos o período das chuvas de inverno, e o período seco de verão. Além de notar os nomes das estações invertidos, pouco se ouve falar em outono ou primavera.

Rio Acre invadindo a capital Rio Branco - AC (Abril de 2011)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A vocação do Pantanal é a Pecuária

Hoje o Pantanal tem 86% do seu Bioma intacto, é o mais conservado do Brasil. O mérito dessa preservação toda é em grande parte da pecuária pantaneira. Uma cultura sustentável que foi moldada ao longo dos séculos. A mais de 200 anos os bovinos estão se adaptando a região pantaneira. 

O solo arenoso impede a expansão da agricultura, mas permite o crescimento em abundância do Capim Mimoso. O capim abundante serve de alimento para capivaras, veados e também para os bois. Se sobra capim, não há desmatamento, e fica estabelecido o equilíbrio e o respeito a natureza.

A vocação do Pantanal é a pecuária de cria e recria (bezerros), as longas distâncias que os animais precisam percorrer até o frigorífico impede a venda de animais terminados (boi gordo), e a dinâmica natural do Pantanal que compreende um período de seca e outro de cheia castiga a boiada, que muitas vezes precisa andar quilômetros até as partes mais altas para não morrer afogada. 

Pela valorização excessiva da Amazônia por parte de ONGs internacionais, muitas vezes o Pantanal é esquecido. Mas essa região também conhecida como Chaco é considerado pela UNESCO Patrimônio natural Mundial e Reserva da Biosfera.

Vivendo e gerando renda a partir da floresta

Já faz algum tempo que eu venho tentando colocar na cabeça das pessoas que é completamente possível gerar renda usando as florestas. O manejo florestal bem executado é um exemplo disso, mas há também outras explorações extrativistas que são acertivas na geração de renda sem prejudicar os biomas.

Uma reportagem no Estadão (link aqui) menciona a importância do extrativismo para se tirar milhões de pessoas da pobreza extrema. De certa forma as pessoas já tiram o sustento da floresta. É o caso de pessoas que vivem da renda do açaí ou da castanha por exemplo.

Temos que parar com essa mania de achar que as florestas são um grande jardim intocável da humanidade. O futuro é aprender a usar os recursos naturais sem provocar o desequilíbrio, ser sustentável.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Tereré: A Origem

Histórico

Há muitas histórias controversas a respeito da origem do tereré. As pessoas confudem alguns acontecimentos e acabam por contar erroneamente a história desse traço cultural. É impossível contar a história do tereré sem antes introduzirmos a história do Mate e alguns acontecimentos históricos. 

Antes da chegada dos europeus à América, os índios guaranis já usavam as folhas da erva-mate (chamada de ka'a karai, "folha sagrada", ou côgoi, palavra esta que foi posteriormente adaptada ao idioma português como "congonha") para preparar uma bebida estimulante. Era o chamado ka'a y (traduzido do guarani, "água de folha"). As folhas da erva eram colocadas em uma cuia com água e o líquido era então chupado através de uma taquara, caniço ou osso (o chamado tacuapi), filtrado através de um trançado de fibras vegetais. Segundo o mito guarani, a bebida foi descoberta quando um velho índio não conseguiu mais acompanhar as andanças da tribo devido à sua idade avançada e teve que ficar para trás. Sua filha decidiu ficar com ele, mas ele queria que ela seguisse com a tribo, então o deus Tupã (ou então São Tomé) lhe ensinou a preparar uma bebida com as folhas da erva-mate, bebida esta que lhe daria forças e que permitiria a ele e a sua filha acompanharem a tribo. 

A bebida era consumida também pelos índios carijós, xetás, guairás, charruas, caingangues e os incas, pois todos eles mantinham relações comerciais com os guaranis. O termo "mate" tem origem no idioma dos incas, o quíchua, através do vocábulo mati, significando "cuia, recipiente" e designando a cabaça na qual até hoje se bebe a infusão de erva-mate. O termo "porongo", que nomeia a planta que fornece a cuia usada para beber o mate, também vem do quíchua, significando "vaso de barro com o gargalo estreito e comprido".

Devemos tomar cuidado ao citar os Xetás como os precursores desse costume no mato Grosso do Sul, pois, esses viviam na sua maioria no estado do Paraná. 

Os colonos espanhóis no Paraguai observaram que os índios guaranis eram viciados na bebida e inicialmente os jesuítas espanhóis proibiram seu consumo devido a seus supostos efeitos afrodisíacos, qualificando a planta como "erva do diabo". Mas os espanhóis não tardaram a experimentar a bebida e aprová-la, passando a utilizá-la como ingrediente básico da sua dieta alimentar. Diz-se que o primeiro contato dos europeus com a bebida foi quando as tropas do general espanhol Irala se encontraram com os índios guaranis da região de Guaíra (atual estado brasileiro do Paraná), em 1554 e observaram o consumo generalizado da bebida entre os índios. 

Foram os europeus que introduziram o metal nos apetrechos do mate: a bomba passou a ser feita de prata (abundante na região na época, oriunda das minas de Potosí, na atual Bolívia), com detalhes em ouro. A bomba passou a contar com um adorno colorido perto do bocal chamado "pitanga". A cuia passou a ter o bocal revestido de prata. E foi criada uma armação de metal para sustentar a cuia, quando ela não estivesse sendo usada. Para os menos abastados, em vez da prata era utilizado outro metal branco menos valioso, como a alpaca ou o alumínio. A água usada no preparo do mate pelo índios guaranis era, inicialmente, fria. Foram os europeus que passaram a utilizar água quente no preparo da bebida, muito provavelmente para evitar doenças oriundas de água contaminada não fervida. 

A palavra castelhana cimarrón, que significa "selvagem" e que era utilizada para se referir ao gado bovino que havia sido introduzido pelos espanhóis na América do Sul e que havia se dispersado, tornando-se selvagem, foi usada pelos luso-brasileiros do Rio Grande do Sul para designar a bebida, que passou a ser conhecida como "chimarrão". 

No século dezoito, com a expulsão dos jesuítas da América, ocorreu uma desorganização no setor produtivo da erva-mate. Isto estimulou o crescimento da extração de erva-mate na região dos atuais estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina. 

Em 1822, durante uma viagem de seis anos pelo interior do Brasil, o botânico francês Auguste Saint-Hilaire descreveu cientificamente pela primeira vez a erva-mate e lhe deu seu nome científico: Ilex paraguariensis

No século dezenove, o Paraguai se isolou dos outros países, proibindo a exportação de erva-mate para fora do país. Isto fez a Argentina e o Uruguai substituírem a erva-mate paraguaia pela brasileira, desenvolvendo o seu cultivo no Paraná e em Santa Catarina, regiões outrora despovoadas. Era o chamado ciclo da erva-Mate no Paraná e em Santa Catarina. Como consequência, o Paraná se separou da província de São Paulo para constituir a província do Paraná em 1853. O processo de isolamento paraguaio culminou na eclosão da guerra do Paraguai em 1864. Após a derrota paraguaia, o nordeste paraguaio foi anexado definitivamente pelo Brasil e o sudeste paraguaio, pela Argentina. 

Em 1932, eclodiu a guerra do Chaco entre Paraguai e Bolívia. Segundo a lenda, os soldados paraguaios passaram a tomar o mate frio, para não acender fogueiras que denunciariam sua posição ao inimigo. Deste costume, teria surgido o hábito paraguaio do tereré. O tereré teria penetrado no Brasil pela cidade de Ponta Porã e, daí, se expandido para o resto do atual estado brasileiro do Mato Grosso do Sul, já com o nome aportuguesado para "tereré" (com o "e" final aberto) 

Temos aí dois momentos que apontam pra origem do tereré. Primeiramente com a sinalização de que as tribos Guaranis consumiam o mate com a água fria e posteriormente com a chegada dos europeus, passaram a consumir o mate com água quente afim de se evitar doenças. Num segundo momento, marcado pela guerra no Chaco o hábito é firmado pelos soldados paraguaios. Passando assim a ser considerada uma bebida paraguaia. 


quarta-feira, 30 de março de 2011

Celso Lacerda no INCRA

Eu tenho um enorme apreço pelo INCRA. Esse órgão escreveu com muito esforço e suor uma boa parte da história do Brasil. Principalmente no norte do país, onde os desafios pareciam intransponíveis. Projetos de colonização e Assentamentos, eram a pauta principal. 

Hoje os desafios são outros, embora problemas antigos ainda persistam. A necessidade maior hoje é melhorar as condições dos assentamentos já existentes. Esse é o Desafio que o novo Presidente do INCRA Celso Lacerda vai enfrentar. Rolf Rackbart merece todos os comprimetos pelo trabalho que fez a frente do INCRA, fez muito e com qualidade.

Acredito que um outro desafio pro novo presidente é trabalhar com um quadro profissional deficitário, o Brasil é muito grande e a demanda por profissionais extensionistas nos assentamentos também é grande. 

Apagão portuário é ameaça ao agronegócio brasileiro

O Brasil já enfrentou o apagão energético, apagão aéreo, está enfrentando o apagão da saúde. Agora está prestes a ter um novo desafio pela frente. O economista e consultor em logística Luis Antônio Fayet escreve na Folha de São paulo sobre essa ameaça de apagão que nos assombra.

Há 50 anos, o país dependia da importação de alimentos, mas hoje ocupa o segundo lugar como maior supridor do mercado externo. Em números aproximados, o Brasil supre 33% desse mercado em soja, 40% em açúcar, 85% em sucos cítricos, 90% em etanol, 45% em carne de frango e tem o maior rebanho bovino do mundo. O outro lado desse panorama: baixa apropriação de renda pelos produtores e pontos de pobreza no campo, apesar dos avanços. O problema está da porteira para fora: instabilidade jurídico-institucional, massacrante carga tributária e colapso logístico.

Regiões produtoras do centro-oeste padecem de infraestrutura de transportes, especialmente de portos. Isso obriga o envio de cargas para os congestionados portos de Santos, Paranaguá e São Francisco do Sul, rodando perto de 2.000 km. Produtores do norte de Mato Grosso têm despendido mais de 50% do valor da soja em logística até um porto. Por isso, o país deixa de produzir cerca de 3 milhões de toneladas de soja e milho na última safra. Inaceitável.

Para o Sul-Sudeste, o segmento de contêineres é ainda mais preocupante. Aumentar a exportação de carne de frango não mais depende da produção, mas, sim, de como tirar o produto do país. 
É necessário alterar a atual política portuária -baseada no decreto 6.620/2008, que inibe os investimentos privados em terminais, quando o governo não terá capacidade financeira por vários anos.

A solução é urgente, mas, se adotada já, em quatro anos o quadro começará a ser revertido. Apagão nos aeroportos fotografa bem: pessoas dormindo no chão, passageiros vociferando contra funcionários inocentes. 
O apagão elétrico é mais impactante: a fábrica para, a geladeira não funciona, o banho é frio, perde-se a novela. Já o apagão portuário é diferente, invisível, mas infinitamente mais perverso: apaga os empregos, destrói a renda, apodrece as contas externas.

A situação do colapso portuário não tem solução "de prateleira" e nos obriga a pelo menos duas reflexões: a) interessa, é justo para a sociedade brasileira prejuízos tão brutais?; b) até quando a soberania nacional prevalecerá diante das necessidades de um mundo faminto?

O Brasil precisa ter juízo para não se atrapalhar. As coisas devem ser postas no rumo certo, pois já se acredita ter havido a substituição do "carismatismo" pelo cartesianismo na gestão pública. Mas a jornada é longa, e as sequelas para a economia, muito grandes e irreparáveis.

terça-feira, 15 de março de 2011

Exportação

A cada ano, a participação brasileira no comércio internacional vem crescendo, com destaque para a produção de carne bovina, suína e de frango. Segundo o Ministério da Agricultura, até 2020, a expectativa é que a produção nacional de carnes suprirá 44,5% do mercado mundial. Já a carne de frango terá 48,1% das exportações mundiais e a participação da carne suína será de 14,2%.
Essas estimativas indicam que o Brasil pode manter posição de primeiro exportador mundial de carnes bovina e de frango.

Cabe ao Ministério da Agricultura, por intermédio da Secretaria de Defesa Agropecuária, regulamentar e controlar mercadorias de origem animal a serem exportadas, atestando sua qualidade e segurança. Além disso, o ministério, com as secretarias de agricultura Estaduais, promove ampla fiscalização, visando à conformidade entre a legislação de inspeção industrial e sanitária brasileira e as normas de sanidade exigidas pelo país importador.

(FONTE: MAPA)

Valor da Produção agrícola é o maior em 14 anos

Com base na estimativa de 2010/2011 o Valor Bruto da Produção (VPB) já supera em 5,8% o valor de 2010. O VBP das 20 principais lavouras do Brasil deve alcançar R$ 189,6 bilhões em 2011.   O estudo elaborado pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura mostra também que esse é o maior valor da produção dos últimos 14 anos e deve ultrapassar o recorde registrado em 2008, quando o número fechou em R$ 181,8 bilhões.

Algodão, uva e café em grão são os produtos com melhor desempenho esse ano. O algodão em pluma poderá obter acréscimo de 50,1% no VBP chegando a R$ 4,7 bilhões. De acordo com o estudo, o valor da produção da uva aumentará 44,6% alcançado R$ 4,4 bilhões e o café em grão deve atingir R$ 20,1 bilhões, aumento de 27,2% em comparação com o ano passado. Feijão (18,9%), milho (17,4%), soja (10,5%), arroz (4,9%), laranja (6%) e mandioca (8,1%) também terão VBP com resultados positivos este ano. Das 20 lavouras analisadas, 11 apresentam previsão de aumento do valor da produção em 2011.

A região Centro-Oeste permanece como destaque, segundo os dados apurados pelo Ministério da Agricultura. O VBP da região deverá crescer 38,8% chegando a R$ 52 bilhões, o segundo maior valor do país, atrás apenas do Sudeste. Com aumento de 56,5%, Mato Grosso é o estado com melhor desempenho tendo alcançado rendimento bruto de R$ 33,2 bilhões. Mato Grosso (19,9%) e Goiás (14%) também impulsionam os resultados positivos do Centro-Oeste, puxados especialmente pelo crescimento do VBP do algodão, milho e soja.

Elaborado pela Assessoria de Gestão Estratégica desde 1997, o Valor Bruto da Produção é calculado com base na produção e nos preços praticados no mercado das 20 maiores lavouras do Brasil. Para realizar o estudo, são utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).


 (FONTE: MAPA)               


domingo, 13 de março de 2011

O Homem imita a natureza - Melhoramento Genético

Há 3,8 bilhões de anos surgia o primeiro ancestral comum de todos os seres vivos. logo no início a natureza já se encarregou de selecionar somente os indivíduos mais adaptados ao ambiente para perpetuar as espécies. Hoje isso ainda ocorre, a extinção ou a formação de uma nova espécie é fortemente determinado por fatores ambientais (clima, vegetação, predadores). Esses fatores também são decisivos para manter ou eliminar determinada característica de uma espécie. 

Quando uma população de organismos possui uma característica (fenótipo) hereditária favorável e esta se torna comum nas gerações que sucedem e as características desfavoráveis tendem a uma menor incidência na população, temos o exemplo básico de seleção natural proposto por Charles Darwin no seu livro A Origem das espécies (1859).
 
Esse tipo de seleção feita de maneira espontânea pela natureza, nada mais é do que um melhoramento genético, onde os melhores indivíduos, ou seja, os indivíduos mais adaptados são "escolhidos" e os menos adaptados são eliminados.

Melhoramento Genético Animal é o nome de uma das ferramentas utilizadas para se alcançar melhores índices de produtividade. Podemos dizer que o homem consegue "forçar" um melhoramento genético selecionando indivíduos com a característica desejada dentro de uma população. Isso é evidente quando escolhemos a vaca que produz mais leite, um suíno mais magro, um frango que consegue se desenvolver num período mais curto de tempo ou um cavalo mais veloz.

Promover o melhoramento Genético Animal é complexo, exige tempo e dedicação. Nessa área atuam hoje Zootecnistas, Agrônomos e Médicos veterinários. Uma grande incentivadora desse estudo é a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), além é claro das Universidades. Todos os profissionais envolvidos buscam melhorar alguma ou várias características para maximizar o desempenho dos animais. Alguns desses profissionais utilizam o melhoramento para conseguir animais mais resistentes a doenças e verminoses afim de se evitar ou reduzir o emprego de substâncias artificiais (antibióticos e vermífugos) nas criações.



 

sexta-feira, 11 de março de 2011

Recomendações para intensificação da produção pecuária sem avançar sobre as florestas

Com os custos de produção cada vez mais altos, os pecuaristas tendem a procurar alternativas para aumentar sua receita. A alternativa mais óbvia e fácil, é a expansão de áreas destinadas a pecuária. Porém, com uma pressão cada vez maior por parte dos ambientalistas isso está se tornando inviável.

Recuperar ou melhorar as pastagens já existentes são as soluções que se apresentam.

Bons resultados são alcançados com a utilização de pastejo intensivo rotacionado. Onde fazemos o controle da entrada e da saída do lote medindo a altura do pasto. Para viabilizar a divisão dos pastos são utilizadas cercas eletrificadas alimentadas por energia solar. Essas cercas podem ser encontradas a preços bem acessíveis em boas casas agropecuárias.

Para garantir um bom ganho de peso dos animais, as pastagens precisam apresentar bons níveis nutricionais. Para tanto recorremos a análise do solo e corretas correção de pH e adubação. É importante lembrar que pastagens consorciadas de gramíneas com leguminosas dispensam a adubação nitrogenada.

Práticas como a irrigação das pastagens e suplementação dos animais não estão descartadas e devemos analisar a viabilidade em cada região.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Recuperação de áreas degradadas

Quando se fala em Agropecuária Sustentável muitas tecnologias são citadas. Biocombustíveis, integração de culturas, conservação da água, plantio direto, manejo florestal, zoneamento e outros, mas destaco a recuperação de áreas degradadas.

O Brasil possui 30 milhões de hectares de pastagens em algum estágio de degradação (MAPA, 2011). Recuperar pastagens é uma maneira de aumentar a produtividade e impedir que produtores busquem expandir suas áreas sobre as florestas. Uma pastagem bem formada além de aumentar a produtividade, evita a erosão do solo, conserva a camada orgânica (principal reguladora da CTC* do solo).

Além disso, quando recuperamos áreas degradadas, indiretamente obrigamos que outras tecnologias sustentáveis sejam necessariamente utilizadas.

Essa é uma prática simples e que deve ser incentivada. Recuperar áreas degradas implica também em retirar da atividade agropecuária os aventureiros. O Brasil não tem mais espaço para propriedades sem tecnologia e sem produtividade.

O Governo Federal pretende recuperar até 2020 até 15 milhões de hectares de pastagens degradadas como meta para o programa de redução dos gases de efeito estufa.

 (CTC) Capacidade de troca de cátions: capacidade que tem um solo de reter ou liberar nutrientes para serem absorvidos e aproveitados pelas plantas.  Quantidade de cátions - alumínio, hidrogênio, cálcio, magnésio e potássio - que o solo é capaz de reter.

Palavras do Ministro

Extraído do site do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e assinado pelo Ministro Wagner Rossi:

           "O agronegócio brasileiro é estratégico para a consolidação econômica do país: representa hoje 26,4% do PIB nacional, garante 36% das nossas exportações e responde por 39% dos empregos gerados no mercado interno. É um setor indispensável, sinônimo de liderança na produção de alimentos para o mundo"

Novo Código Florestal (PL 1.876/99)

O Projeto de Lei de autoria do Deputado Aldo Rebelo não vem causando somente discussões calorosas entre ruralistas e ambientalistas, está despertando também muitas dúvidas. Para ajudar a entender um pouco melhor o novo código o Canal do Produtor disponibilizou um comparativo entre a Lei 4.771/65 e a PL 1.876/99 aqui.

terça-feira, 8 de março de 2011

Apicultura, alternativa de emprego e renda para o sul da Bahia

Uma das grandes opções da agricultura familiar em todo o Brasil e principalmente no sul da Bahia, é a apicultura. Essa alternativa aproveita recursos naturais sem impacto no meio ambiente.

O sul da Bahia apresenta florada o ano todo, clima quente e temperado, baixa amplitude, sol o ano todo e sem ventos cortantes. Isso torna essa região especialmente apta para atividade apícola, seja para a produção de mel, própolis, pólen ou até mesmo a extração do veneno.

Com os obstáculos naturais superados o sucesso da atividade é garantido e depende da iniciativa dos produtores rurais e incentivos por parte governamental (assistência técnica, linhas de financiamento e facilitação da comercialização).

Atualmente a atividade é incentivada e norteada pela CEPLAC (Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira) que realiza pesquisas e orienta os apicultores.

Engordando o Boi pra tratar a Onça

Estamos presenciando uma onda de investimentos na piscicultura, parte disso é reflexo da criação de um Ministério exclusivo para o setor, mas também notamos que a piscicultura naturalmente ocupa regiões que necessitam desenvolver sua economia mais rapidamente. 

A piscicultura se comparada com a bovinocultura apresenta um giro de lucro mais rápido, necessita de uma menor área e também tem um menor impacto ambiental. 

Se a região, o clima, a água e solo são favoráveis, nos resta fazer a correta escolha da espécie a ser explorada. Essa etapa é fundamental para o sucesso do empreendimento. Algumas espécies possuem um crescimento rápido, são muito resistentes e fáceis de se empregar as tecnologias de reprodução (tilápia, pacu, carpas, bagres), portanto, uma boa escolha. Diferente disso tempos peixes de difícil alevinagem, apresentam alto índice de canibalismo, crescimento mais lento e um custo mais alto de produção devido as particularidades nutricionais, como é o caso do pirarucu.

Não podemos nos dar o luxo de fazer altos investimentos pela beleza de um peixe, ou porque simplesmente consideramos sua carne mais saborosa. A tem essencialmente que levar em conta a lucratividade e , portanto, a valorização da carne no mercado. 

Escolher a espécie errada, aumentamos o custo e o tempo de criação, aí não fará mais sentido a troca da Bovinocultura pela Piscicultura.

Mudanças no Câmbio

É esperado para depois do carnaval novas medidas para conter a valorização do real. Ainda não está claro quais medidas são essas. O que importa é que o governo vai começar a tomar algum tipo de atitude para mudar um câmbio que prejudica as exportações do Brasil.

Em outubro de 2010 o governo triplicou o IOF (Imposto sobre operações financeiras) sobre as operações estrangeiras.

O banco Central também passou a ofertar swaps cambiais reversos e também a fazer compras a termo de dólares. Tudo isso para frear a valorização do Real.

O Brasil tem sido um dos destinos preferidos do capital estrangeiro por conta do potencial econômico e das expectativas com os grandes eventos que serão realizados nos próximos anos, como a copa do mundo e os jogos olímpicos.

domingo, 6 de março de 2011

Drummond

‎"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade".

Carlos Drummond de Andrade